quinta-feira, 31 de março de 2011

HERANÇAS DA DITADURA NO BRASIL

Em agosto de 1979, o Congresso Nacional brasileiro, ainda sob a vigência do regime militar, aprovou a Lei de Anistia, que em seu texto dizia: estão anistiados “todos quantos, no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexos com estes”. Na época, após 15 anos de ditadura, os militares cederam às pressões da opinião pública e a oposição aceitou a anistia proposta pelo governo, ainda que parte dos presos e perseguidos políticos não tenha sido beneficiada. Simbolicamente, foram considerados, sob a decisão de anistiar os crimes “conexos” aos crimes políticos, anistiados os agentes da repressão. Contudo, podemos dizer que não teriam sido anistiados os torturadores, pois cometeram crimes sem relação com causas políticas e recebendo salário como funcionários do Estado. Os mortos e desaparecidos políticos não foram considerados e o paradeiro de seus restos mortais nunca foi esclarecido. Era o marco da transição da ditadura para o Estado de Direito, visando superar – e mais do que isso, silenciar – o drama vivido diante da violência estatal.

A transição começou a ser pensada e formulada pelos militares, desde o começo do governo Geisel (1974-1978), procurando construir uma abertura lenta, gradual e segura, na qual o estatuto político da nova democracia pudesse ser acordado de antemão e, principalmente, se mantivesse o controle militar do processo. Ainda em 1977, o governo impõe o Pacote de Abril, fechando o Congresso Nacional por 15 dias (entre 1º e 15 de abril) e outorgando uma série de medidas limitando as possibilidades de ruptura na abertura, entre elas: eleição indireta para governadores incorporada à Constituição; seis anos de mandato presidencial; senadores biônicos, eleitos indiretamente.

O governo manteve as medidas de abertura gradual nas ações de outubro de 1978, quando extinguiu a capacidade do presidente de fechar o Congresso Nacional e de cassar direitos políticos, devolveu o habeas corpus, suspendeu a censura prévia e aboliu a pena de morte. Logo em seguida, no mês de dezembro, é tornado extinto o AI-5. A abertura militar fundamentava-se na lógica do consenso e a anistia ainda não era considerada como parte das ações possíveis no processo lento e gradual. 

Quando nos anos de 1977-78 foram montados os primeiros pacotes de reformas da abertura, falava-se no máximo em revisões de algumas penas, como a dos banidos. O estado de exceção começava a se transformar.

Figura jurídica anômala da constitucionalidade do Estado autoritário, seu produto mais discricionário no Brasil foi o Ato Institucional número 5 (AI-5). Este decreto ampliou os poderes de exceção do cargo de Presidente e extinguiu vários direitos civis e políticos (artigos 4º, 5º e 8º), especialmente o habeas corpus (artigo 10º). De fato, investiu o Estado da prerrogativa de manipulação dos corpos e, também, da vida matável dos cidadãos. O corpo passou a ser algo fundamental para a ação do regime. No caso do desaparecido político, sabe-se da existência de um corpo – desaparecido – e de uma localidade – desconhecida –, mas marcado pela ausência. Se a sala de tortura tem como resto de sua produção um corpo violado, o assassinato político produz o corpo sem vida.

O grande aumento de desaparecidos políticos a partir do AI-5 demonstra como essa peça jurídica indicava a implantação do estado de exceção como normalidade. Tendo sido o primeiro ato institucional sem data para acabar, o AI-5 foi extinto em dezembro de 1978, mas alguns de seus dispositivos foram, ao longo dos 10 anos de sua existência, inseridos na Constituição e na Lei de Segurança Nacional, ainda hoje vigente. 

A violência originária de determinado contexto político, que no caso da nossa democracia seriam os traumas vividos na ditadura, mantém-se, seja nos atos de tortura ainda praticados nas delegacias, seja na suspensão dos atos de justiça contida no simbolismo da anistia. Tais atos, por terem sido silenciados nos debates da transição, delimitam um lugar inaugural de determinada política e criam valores herdados na cultura, tanto objetivamente, quanto subjetivamente – nas narrativas, nos testemunhos, nos sentimentos e paixões dos sujeitos subtraídos da razão política.

Nos aspectos sociais e nacionais, as marcas de esferas políticas originárias, como a sala de tortura e a transição consensual, se constituem como partes fundantes da democracia nascida após o fim da ditadura. O caráter maldito da tortura e o aspecto de impunidade da democracia mantêm-se na lei quando o STF decide anistiar os torturadores (maio de 2010) sem a apuração e a responsabilização de seus crimes.

A transição consensual criou uma falsa questão: punir ou perdoar?! Encontramo-nos diante do problema de como conviver com um passado doloroso em um presente democrático, administrando conflitos que não se encerraram com a mera passagem institucional de um governo de exceção para um democrático. Por que passadas mais de três décadas dos crimes e de vinte anos do fim da ditadura, há reclamação por justiça? Deve-se julgar e punir os responsáveis pelas violações aos direitos humanos? Ou eles podem ser perdoados em nome da reconciliação nacional? 

O fato é que, independentemente da lei brasileira de anistia, o Brasil tem assinado acordos internacionais – com poder de lei para os países aderentes – que condenam os crimes contra a dignidade humana e os tornam imprescritíveis. No último dia 14 de dezembro, o Estado brasileiro foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) pela não localização dos corpos dos desaparecidos e por manter uma lei de auto-anistia extorquida em meio a uma ditadura e diante de um Congresso Nacional marcado por fechamentos arbitrários, cassações e bi-partidarismo. 

Se alguns países latino-americanos se dedicaram à criação de novos investimentos em direitos humanos, o Brasil manteve-se como modelo de impunidade e não seguiu sequer a política da verdade histórica. Houve aqui uma grande ditadura, mas os arquivos públicos não foram abertos e as leis de reparação somente ouviram o reclamo das vítimas por meio de frios documentos; não deram direito à voz e não apuraram a verdade. 

Enquanto os torturadores do passado não forem julgados e punidos, não teremos êxito nas políticas de diminuição da violência. É preciso que o país crie uma Comissão da Verdade, apure as circunstâncias dos crimes, abra os arquivos da ditadura e puna os responsáveis. Somente assim teremos como elaborar o passado e construir uma democracia respeitosa aos direitos do cidadão.

(*) Professor de Filosofia Política na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

VEM AÍ A TV VIA INTERNET

A oferta de TV por assinatura via internet pode dar novo impulso aos investimentos em banda larga no país. Com esse argumento, empresas, representantes do governo e consultores aumentaram ontem a pressão pela liberação desse serviço, alegando que a medida servirá de estímulo para que as operadoras de telefonia fixa expandam sua infraestrutura.
O uso das redes de banda larga para distribuir pacotes de TV paga ainda não é permitido no Brasil, mas está previsto no projeto de lei 116, em tramitação no Senado. Trata-se de um pleito antigo das teles, que pretendem adotar a tecnologia IPTV para melhorar o retorno de seus investimentos. Atualmente, as teles prestam serviços de vídeo via satélite ou detêm participações em empresas de TV a cabo.
Operadoras como Telefonica, Oi e GVT aguardam apenas a aprovação da nova lei para começar a oferecer o serviço. "O Brasil tem poucos acessos de banda larga fixa. É preciso estimular serviços, como a IPTV, para que as operadoras façam mais investimentos", disse Gabrielle Gauthey, vice-presidente mundial de relações governamentais da Alcatel-Lucent, que fabrica equipamentos para redes de telecomunicações. "O medo de que as teles entrassem na produção de conteúdo foi o que bloqueou a IPTV no Brasil nos últimos cinco anos. Isso precisa ser urgentemente regulamentado", afirmou Jonio Foigel, presidente da Alcatel-Lucent no país.
João Rezende, um dos integrantes do conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), também propôs que o serviço seja liberado. "A agência precisa se preocupar com a oferta dos serviços, e não se a IPTV vai trombar com as empresas de TV a cabo. Vamos ser atropelados pela convergência tecnológica", disse ele, que participou ontem (23/3) de um seminário sobre vídeo e banda larga, promovido pelo site TeleSíntese.
Cotas de conteúdo nacional
O Brasil encerrou o ano passado com 13,8 milhões de conexões de banda larga. O número aumentou 21% na comparação dom 2009, mas é considerado pequeno diante do tamanho do mercado doméstico. A Oi, que pouco investiu em banda larga no ano passado, prepara o lançamento dos serviços de IPTV para o fim de 2011. Porém, o diretor-geral da subsidiária Oi TV, Ariel Dascal, destacou que essa data pode ser antecipada se as alterações na legislação forem aprovadas ainda no primeiro semestre. Segundo ele, a estreia vai ser em Belo Horizonte, onde a Oi tem licença para atuar como operadora de TV a cabo.
O presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel, disse que a TV paga vai chegar à metade dos domicílios brasileiros em até quatro anos. Para ele, o crescimento se dará por meio dos serviços tradicionais de TV por assinatura, mas também da IPTV. Atualmente, a TV paga está presente em cerca de 10 milhões de domicílios. Para Rangel, que participou do seminário, a aprovação do PLC 116 será saudável para o mercado brasileiro, apesar de toda a polêmica que cerca o projeto: "É um imenso reforço à ideia do Brasil como produtor de conteúdo audiovisual. Haverá território para o surgimento de novas empresas, que comprarão conteúdo brasileiro para vender no exterior."
O projeto de lei unifica os regulamentos da TV paga, autoriza a atuação irrestrita das teles nesse segmento e estabelece cotas de conteúdo nacional para os canais de televisão.

terça-feira, 29 de março de 2011

POR QUE A FRANÇA ATACA A LÍBIA

Além do petróleo (85% das exportações) e da importação de armas (1 bilhão de dólares) o tema da imigração aparece com uma das principais preocupações da Comunidade Européia em relação aos recentes acontecimentos na Líbia e norte da África.
Muammar Kadafi e Nicolás Sarkozy,
aliados até pouco tempo

Uma das palavras mais utilizadas pelos diplomatas europeus, nos últimos dias, para se referir à ação de Kadafi é "inaceitável". No entanto, nos últimos anos, tem sido perfeitamente aceitável para os governos da Comunidade Europeia terceirizar a proteção de suas fronteiras a esse mesmo ditador. Há mais de três anos o aparato policial da Líbia é usado para manter os imigrantes longe do sagrado solo europeu. “Estamos extremamente preocupados com a evolução da situação no Norte de África” - disse a porta-voz do Comissariado Europeu para Assuntos Internos -, Michele Cercone, que visitou a Líbia ano passado para a realização de acordos de cooperação, com a promessa de uma ajuda de 5 bilhões de euros anuais em troca da colaboração do coronel Kadafi que alertou: “Amanhã, talvez a Europa não seja mais europeia, mas sim negra”. 

Há dois anos foi celebrado um acordo entre a Itália e Líbia que permitiu à marinha italiana interceptar os "boat people" e devolvê-los para a Líbia, uma das principais rotas de entrada na Europa por sua proximidade com o sul da Itália. Assim, estima-se que, enquanto em 2008, mais de 32 mil imigrantes ilegais entraram na Itália via Líbia, em 2009, após o acordo, apenas 7 mil imigrantes chegaram ao seu destino. Aqueles que não conseguiram entrar na Europa ficaram detidos em campos de refugiados na Líbia que apresenta casos graves de discriminação e xenofobia em relação a imigrantes africanos. De acordo com o governo italiano, a Líbia já interceptou mais de 2,5 milhões de imigrantes, nos últimos cinco anos. Os refugiados que não têm a possibilidade de pedido de asilo ou acesso a qualquer recurso efetivo correm o risco de serem forçados a regressar aos países de origem onde eles podem enfrentar a perseguição ou tortura. 

Em contraste com a sua resposta inepta às revoltas na Tunísia e no Egito, Sarkozy, não apenas condenou o regime de Kadafi, mas foi o primeiro a reconhecer o provisório Conselho Nacional de Transição, em Benghazi, e tomar a iniciativa de aprovar a resolução na ONU dando inicio aos ataques aéreos. Avaliou que seria uma excelente oportunidade para se mostrar como alguém superior às politicagens nacionais, ser arrojado internacionalmente e colocar a França no “panteão das grandes nações”. com objetivo de aumentar sua popularidade. Além disso, a intervenção na Líbia é uma forma de reafirmar sua posição na Europa e, sobretudo, como contrapeso ao poder econômico e político da Alemanha na União Européia. É uma mensagem que diz que se a Europa pretende ser levada a sério como uma potência mundial o poder militar francês é um de seus esteios. 

Em mensagens no rádio e televisão o presidente francês tenta, desesperadamente, melhorar sua imagem manchada por sua proximidade com regimes ditatoriais e corruptos ( Marrocos, Egito, Tunísia e Líbia), saudando a "grande esperança" trazida pelas revoltas árabes. Dominique Paille, Presidente do Serviço francês de Imigração e Integração, observou “Há semanas estávamos assistindo o trem passar pela história, já estava na hora de tornarmo-nos uma das locomotivas”. Por sua vez, Claude Guéant, ministro do Interior e da Imigração, homem de confiança do presidente, querendo competir no terreno ideológico da extrema direita (a nova líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, aparece em primeiro lugar nas pesquisas) declarou que “por causa da imigração descontrolada, os franceses, por vezes, têm a sensação de que não estão mais em casa.” 

Não podemos esquecer que Sarkozy passou cinco anos como ministro do Interior construindo a imagem de um combatente radical da criminalidade e da imigração (em áreas relacionadas às pessoas de origem muçulmana).
Ao que tudo indica Sarkozy quer repetir a estratégia política da campanha de 2007 quando procurou seguir o conselho de Karl Rove (estrategista de Bush). Em vez de tentar construir uma maioria é mais eficaz promover questões polêmicas como imigração, identidade, criminalidade e islamismo que podem provocar a fragmentação das oposições. O resultado, no longo prazo, é um maior nível de dissenso social ou de violência. A diferença, e isso é muito mais grave, é que agora esse foco da lei e da ordem doméstica está intimamente conectado à política externa francesa e européia. Em certo sentido, a França quer repetir seu papel do século XIX, quando as potências coloniais européias estavam à procura de projetar poder e proteger seus interesses fora do continente europeu.

(*) Professor de Relações Internacionais da PUC (SP) e do Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP).

BOLSONARO, O BASTIÃO DA DIREITA RAIVOSA

Se ainda lhe restou alguma capacidade de indignação, o vídeo do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) veiculado na noite desta segunda-feira no humorístico CQC da Band deve ter provocado nojo. Em menos de cinco minutos ele conseguiu despejar na tela da TV todo tipo de preconceito e absurdo. Pensar que ele ocupa uma das cadeiras do Congresso, nos faz concluir que no Brasil existe, infelizmente, mais um montão de pessoas que pensam como ele.
A história da democracia racial no Brasil é balela. Mas não queremos discutir isso. O que pretendemos chamar a atenção é que o Brasil vive, infelizmente, uma onda conservadora muito grave. O impacto dessa onda conservadora foi sentida no ano passado, quando a eleição perdeu de discutir temáticas importantes para nosso atual momento histórico, para ficar na esfera religiosa e pessoal.
À triste verborragia de Jair Bolsonaro, podemos incluir também a onda homofóbica que vem acontecendo em São Paulo e outras cidades do Brasil.
Não existe problema em ser conservador. Você pode não concordar com a união homossexual. Você pode não acreditar no candomblé. Você pode querer casar virgem. São escolhas suas. O que não é admissível é que suas escolhas pessoais sejam mecanismo para despejar ódio infundado. Se você é cristão, deve saber que Jesus disse para amar ao próximo como a ti mesmo. E se você ama ao próximo como a ti mesmo, você respeita.
Se você não é cristão, mas acredita no Estado, vai lembrar que a Constituição diz que TODOS somos iguais, sem espécie de distinção. E, assim sendo, homossexuais, negros, deficientes e outras “minorias” tem garantido os mesmo direitos que a “maioria”.
Mas essa onda conservadora não é uma marca exclusiva do Brasil. Na Europa, diversos jogadores brasileiros foram vítimas de racismo, o caso mais recente envolveu o jogador do Santos, Neymar. Precismos educar, esclarecer e dar opção para que as pessoas comecem, de verdade, a entender a diferença e, principalmente, respeitá-las.
Esperamos, de verdade, que medidas legais sejam tomadas e esse não seja mais um caso de impunidade.

RYLA

No último final de semana, entre os dias 25 a 27 de março, o Rotary Club Curitiba Rebouças, juntamente com seus congêneres do Água Verde e de Pinhais, realizaram um evento denominado RYLA, sigla em inglês para premiação rotária para jovens líderes, no Seminário Vicentino, em Curitiba.
participantes do evento
Em todo o final de semana, 17 jovens, oriundos das escolas públicas de Curitiba como Protázio de Carvalho, do bairro CIC; Euzébio da Mota, do Boqueirão; Lisymaco Ferreira da costa, do Água Verde e Barão do rio Branco, do Rebouças, além de escolas de Pinhais tiveram palestras e atividades relacionadas como o tema "Empreendedorismo", em programa para aperfeiçoamento do perfil de liderança, já detectado por estes jovens durante a seleção realizada nestas escolas.
Com a coordenação geral do companheiro Herbert, atual Secretário Distrital e coordenação pedagógica do companheiro Tino Viana, ambos do Clube Água Verde, o Clube Rebouças contou com a participação dos companheiros Orandi Almeida; Thaline; Solange Minozo; Reginaldo Bueno, que foi palestrante e Salete. Também ministrou palestra sobre o Rotaract a rotaractiana e futura rotariana Marcele Minozo.
Orandi Almeida, falando
sobre empreendedorismo
A avaliação do evento, por parte dos jovens premiados foi a mais positiva possível, sendo posição unânime entre estes a de que o evento deveria durar ao menos uma semana, tão importante que foi na vida deles.
Além das atividades de liderança, onde os grupos em que se dividiram os jovens tiveram que elaborar e apresentar um projeto de prestação de serviços à comunidade, também houve atividade de descontração e companheirismo, além da confecção do jantar de sábado, por todos os rylanos.
A característica mais marcante desta edição do Ryla, foi o fato de se desenvolver com pessoas da comunidade, sendo que a maioria delas sequer tinha ouvido falar em Rotary, assim como seus pais. Esta situação gerou uma curiosidade, principalmente dos pais, em conhecer o Rotary, para saber exatamente onde estavam confiando seus filhos, com uma exposição muito favorável à imagem pública do Rotary.
Brenda andrade, em momento
de descontração dos jovens
Também entre os jovens a aceitação foi total, sendo que vários deles já saíram de lá engajados no projeto social que elaboraram e com  muita disposição para ingressar nos programas rotários de Interact e Rotaract.
Parabéns a todos os que estiveram envolvidos, pois foi um evento estimulante e apaixonante para os que dele participaram.

domingo, 27 de março de 2011

NOTA DO PT SOBRE O ATAQUE À LÍBIA

DOMINGO, 27 DE MARÇO DE 2011

Nota do PT sobre a intervenção militar estrangeira na Líbia

O Partido dos Trabalhadores manifesta seu repúdio e condenação aos ataques militares estrangeiros que estão sendo perpretados contra o território líbio, considerando-os uma verdadeira afronta aos princípios da soberania nacional e da autodeterminação dos povos.

Tais ataques, supostamente respaldados pela resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU -- que não contou com o apoio do Brasil --, só poderão resultar em mais perdas de vidas e mais destruição naquele Estado. 

A garantia dos Direitos Humanos é fundamental, mas não pode servir de pretexto para o uso da força militar e para ações intervencionistas, que tendem a tornar ainda mais penosas as condições de vida das populações locais.

O PT soma-se assim aos que exigem a interrupção imediata da intervenção armada na Líbia, e reitera seu apoio às iniciativas que visam construir uma saída política pacífica e negociada para o conflito ali instalado. 

O PT expressa ainda sua solidariedade ao povo líbio, convicto de que somente a ele deve caber o direito de decidir autonomamente sobre o futuro político daquele país.

Rui Falcão 
Presidente nacional (em exercício) do PT

Iole Ilíada 
Secretária de Relações Internacionais do PT

ETIÓPIA À VENDA

Imaginem terrenos férteis com uma área semelhante à do distrito de Lisboa arrendada durante 50 anos, por menos de 700 euros/mês. Não é preciso imaginar. É apenas mais um negócio oferecido pelo governo da Etiópia. No total, a oferta de terrenos nestas condições equivale já à área dos quatro maiores distritos portugueses: Beja, Évora, Santarém e Castelo Branco. Cerca de 35% da área continental de Portugal, três milhões de hectares, um quadrado com 173 km de lado.

Ao mesmo tempo, o governo etíope tem em curso um programa de relocalização das populações dessas áreas. O argumento é o de agrupamento em povoações maiores para assim assegurar o acesso ao abastecimento de água, à rede viária, a escolas, hospitais, transportes, etc.. A simultaneidade entre os dois acontecimentos é mera coincidência, dizem os responsáveis. A verdade é que a promessa de melhores infra-estruturas e maior qualidade de vida não tem passado disso mesmo, uma promessa, e o clima de medo e opressão está instalado. Só durante este ano, mais de 15 mil pessoas serão relocalizadas.

Apesar da Etiópia ser um dos países com maiores problemas de subnutrição do planeta – recebeu no ano passado 700 mil toneladas de alimentos como ajuda humanitária – os investidores vão produzir colheitas de alto valor como soja, óleo de palma, algodão e açúcar para exportação ao invés de cereais e outros vegetais para consumo das populações etíopes. Aos impactos sociais junta-se a devastação ambiental extrema: os terrenos são queimados, as florestas abatidas e as zonas úmidas drenadas. Uma reconfiguração do ecossistema em grande escala.

Estes fatos foram revelados por uma reportagem do The Guardian. O governo etíope defende esta industrialização em larga escala como necessidade e única solução para o desenvolvimento. Curiosamente, no início deste mês, um relatório das Nações Unidas mostrou que a agricultura ecológica, desenvolvida por pequenos agricultores e sem se basear em químicos e pesticidas, pode dobrar a produção alimentar em África nos próximos dez anos.

A mega-exporação de que falava no início, com o tamanho do distrito de Lisboa, terá 60 mil trabalhadores que vão ganhar menos de um dólar por dia. A sua missão será trabalhar as terras que sempre foram suas e para as quais não podem voltar com pleno direito. O governo garante ainda aos investidores vários incentivos fiscais e estradas construídas com dinheiro públicos.

O benefício para a população etíope é imperceptível. Ficam sem os alimentos e sem as terras para a produzir. O futuro fica comprometido. O poder do Estado e o seu aparelho repressivo garantem a venda a retalho do país e colocam a economia ao serviço da extorsão. Tudo à custa da segurança alimentar e da escravização “moderna” da sua população. Os poucos que lucram com o negócio - o fundo de pensões do Reino Unido, outros fundos financeiros e os tubarões internacionais do ramo - agradecem e mantém a sua aura de responsabilidade social.

(*) Nelson Peralta é biólogo, dirigente do Bloco de Esquerda, de Portugal.

sexta-feira, 25 de março de 2011

ADRIANO É DA FIEL

O atacante Adriano, ex-Roma, finalmente assinou o contrato e já pode ser considerado o novo reforço do Corinthians para a temporada 2011. O Imperador chega para preencher a lacuna deixada pela aposentadoria precoce de Ronaldo. O jogador deve ser apresentado na terça-feira e o clube cogita um show no Anhembi para o evento.

A negociação foi conduzida pelo presidente do Corinthians, Andrés Sanchez e pelo diretor-adjunto de futebol Duílio Monteiro Alves, que viajaram até o Rio de Janeiro para finalizar os detalhes da transação.

Adriano chega ao Corinthians com um contrato de risco estipulado entre as duas partes. Segundo o Blog do Perrone, o clube irá multar o jogador em caso de algum caso de indisciplina acontecer.

A vinda de Adriano também contou com a participação de Ronaldo, que ajudou a convencer o atacante. O Imperador e o Fenômeno, desta forma, seguem trajetórias parecidas, pois foram rejeitados pelo Flamengo e acabaram acertando com o Corinthians.

A chegada do Imperador atende a um pedido do técnico Tite, que nunca negou querer dois jogadores de área no elenco (já possui Liedson). Mas Adriano terá dificuldades para cavar seu lugar no trio ‘intocável’ do ataque corinthiano (formado por Liedson, Jorge Henrique e Dentinho).

COMO ABRIR UMA EMPRESA

Siga os passos necessários para a abertura de uma empresa, com dicas práticas do SEBRAE, em um vídeo bem esclarecedor.

SOBRE A VISITA DE MR. OBAMA

Brilhante artigo do analista Wladimir Pomar sobre a visita de Barak Obama ao brasil e seus verdadeiros objetivo.


Mr. Obama aterrisou no Brasil cheio de simpatia. Afinal, boa parte da população brasileira ainda não está informada de que o eleitorado americano foi vítima de um embuste, e a grande imprensa fez tudo a seu alcance para promover a simpatia do casal e o charme de Mrs. Michele.

A grande mídia não mediu esforços para encobrir a grave crise econômica e social que assola aquele grande país, omitir a manutenção da mesma política externa que levou os Estados Unidos ao atoleiro do Afeganistão e do Iraque, e encobrir o apoio do governo norte-americano aos governos ditatoriais da África do Norte e da Arábia.
Em resumo, fez de tudo para dourar a pílula do que deseja realmente Mr. Obama em sua viagem ao Brasil. E tem sido incapaz de mostrar sua afronta ao Brasil, tipo Bush filho, ao ordenar o bombardeamento da Líbia em seu primeiro dia de visita ao governo brasileiro.
Apesar de falar em paz e cooperação, Mr. Obama demonstrou que pratica guerra e imposição. Embora tenha dito ter apreço pela pretensão brasileira de participar do Conselho de Segurança da ONU, não avançou um til sequer na promessa vaga de continuar trabalhando com todos pela reforma daquele órgão multilateral. E não deu qualquer sinal de que afrouxará as barreiras à entrada dos produtos brasileiros no mercado estadonidense.
Em outras palavras, Mr. Obama esbanjou simpatia, tanto a própria quanto a fabricada, mas não se mostrou disposto a pagar nem um cafezinho. Isso não acontece por acaso. Já antes da catástrofe que assola o Japão, os Estados Unidos enfrentavam uma crescente dificuldade para colocar seus bônus do Tesouro, indispensáveis para financiar seus diferentes déficits e para salvar seus bancos da bancarrota.
O Japão interrompera a aquisição daqueles títulos, a China procurava outras formas de aplicar seus excedentes financeiros, os países árabes produtores de petróleo se resguardavam diante dos levantes populares, e até a Grã-Bretanha, fiel aliada dos EUA, se via obrigada a direcionar seus recursos financeiros para pagar a dívida pública. Diante desses movimentos, o FED já se via constrangido a comprar mais de 70% das emissões dos bônus de seu próprio Tesouro.
A tríplice catástrofe que se abateu sobre o povo japonês pressionará o governo do Japão a despejar seus recursos financeiros na reconstrução das regiões destruídas, na adoção de medidas radicais para substituir alimentos e outros bens contaminados pelas radiações nucleares, e na reativação da economia japonesa. Nessas condições, o Japão pode se transformar de grande comprador de bônus do Tesouro americano em vendedor desses bônus no mercado internacional. Combinada aos demais fatores que já afetavam o mercado desses títulos, a situação japonesa pode representar um golpe destruidor sobre o principal mecanismo utilizado pelos Estados Unidos para financiar a continuidade de sua economia.
Nessas condições, será muito difícil ao governo de Mr. Obama tratar adequadamente seus débitos internos e internacionais, manter suas taxas de juros no atual patamar próximo de zero, utilizar eficientemente a desvalorização do dólar como fator de elevação da competitividade de seus produtos e de reativação de sua economia, e resolver a favor dos Democratas a disputa fratricida que estão mantendo com os radicais Republicanos. Na verdade, o We Can de Mr. Obama está se tornando, cada vez mais, em We Cannot. Afinal, não é preciso ser um analista arguto para notar que nenhum de seus compromissos eleitorais foi cumprido.
Para agravar o quadro geral da crise norte-americana, a decisão do governo Obama de estimular seus aliados sauditas e de outros países árabes a intervir no Bahrein e reprimir as manifestações populares dos povos árabes por melhores condições de vida, reformas democráticas e soberania nacional, já representavam medidas perigosas que podiam tornar ainda mais caótica a situação das regiões do Norte da África e da Península Arábica, tanto do ponto de vista político, quanto social e econômica. O que, inevitavelmente, rebaterá desfavoravelmente sobre a crise norte-americana.
A decisão, em conjunto com a França, Inglaterra e Itália, de intervir nos negócios internos da Líbia, com pretextos idênticos aos utilizados no Afeganistão e no Iraque, pode agravar ainda mais, exponencialmente, todos os fatores de instabilidade e caos presentes no cenário mundial e no cenário interno americano, a começar pelo potencial fator de elevação do preço do petróleo, a principal fonte energética da economia dos Estados Unidos.
Mas podemos agregar a tudo isso outros fatores de crise. Os preços das demais commodities minerais e agrícolas devem continuar se elevando. O Japão terá grandes dificuldades para continuar abastecendo o mercado mundial de componentes eletrônicos vitais para o funcionando da economia global altamente informatizada. Haverá uma parada obrigatória, mesmo momentânea, para a revisão dos projetos de energia nuclear, agravando os problemas produtivos em países, como a França, que possuem fortes cadeias industriais voltadas para esse setor.
Talvez por isso, com a França tendo uma forte indústria bélica, o governo Sarkozi tenha se mostrado tão belicista em relação à Líbia. Supõe, como os antigos imperialistas, que a guerra pode ser um instrumento de reativação econômica. Nem se deu conta de que os custos astronômicos dos atuais equipamentos bélicos vão agravar ainda mais a crise financeira da zona do euro. E que os custos de reconstrução das áreas destruídas pesarão consideravelmente, seja sobre os orçamentos já em crise, seja sobre a posição política desses falcões.
Por tudo isso, talvez possamos afirmar que os Estados Unidos, assim como seus aliados europeus, não estão em condições de transformar simpatia em projetos positivos. Para comprovar isso, basta examinar a posição dos Estados Unidos diante da tríplice tragédia japonesa. Eles estão sem qualquer condição de contribuir com qualquer ajuda financeira ou com a abertura de seus mercados. Depois, vão reclamar da China que, segundo muitos analistas, é a única que se acha em condições de oferecer uma ajuda financeira real ao Japão e abrir seu mercado para a recuperação das empresas e da economia japonesa.
O mesmo em relação ao Brasil. Mr. Obama quer maior abertura para os produtos norte-americanos, sem reduzir em nada os entraves à entrada da carne, etanol, sucos, algodão e outros produtos brasileiros no mercado norte-americano. Também não quer equilibrar a balança comercial entre os dois países. Mas Mr. Obama ofereceu financiamentos de um bilhão de dólares, como se estivesse ofertando a maior fortuna do mundo.
A presidenta Dilma poderia ter dito a ele que o Brasil está financiando os Estados Unidos em cerca de 8 bilhões de dólares anuais, que é o saldo dos EUA no comércio com o Brasil. Também poderia ter dito que os chineses, apenas para a exploração do pré-sal, financiaram 10 bilhões de dólares. Talvez não o tenha feito, por educação. E também porque, afinal, mesmo não pagando nem o cafezinho, a simpatia do casal Obama é inegável.

OS ERROS DE SERRA

A responsabilidade de Serra nas enchentes

Finalmente, a Folha rompe com o maior tabu da mídia: a responsabilidade objetiva do governo José Serra na maior tragédia urbana de São Paulo, as enchentes. Na época, jogou-se a responsabilidade no prefeito Kassab e na própria população. Serra chegou a acusar os paulistanos de responsáveis por jogar lixo na rua.
Nos meios técnicos - e nos blogs - sabia-se que a responsabilidade era toda de Serra, ao cortar todas as verbas destinadas ao desassoreamento do rio.
Qualquer gestor minimamente responsável teria à mão o mapa das vulnerabilidades do estado, aqueles pontos centrais que merecem atenção absoluta. E a vazão do rio Tietê era um deles, devido à própria geografia da cidade. Qualquer problema de transbordamento afetaria os afluentes, a rede pluvial.
Durante anos, o saneamento pouco avançou no país porque feito de obras subterâneas, sem visibilidade. E a grande crítica às obras populistas e faraônicas de Paulo Maluf vinha justamente dos quadros do PSDB de Covas e Montoro. Era esse o discurso brandido pelo próprio Serra, nos períodos em que se limitava a ser estilingue, sem o desafio de ser o protagonista.
Como o desassoreamento não rendia votos, nem dividendos, Serra subtraiu os recursos para aplicar em publicidade, no Rodoanel de Paulo Preto e em outras obras com visibilidade.
Caberia uma ação de responsabvilidade civil contra ele.

ERROS E CRIMES NA LÍBIA

Michael Walzer, filósofo

''Intervenção humanitária? Desta vez é um erro''
"O ataque à Líbia é um erro, de nenhum modo justificado pelas regras da intervenção humanitária". Há anos, Michael Walzer, filósofo da polítiao com base no Institute for Advanced Study, de Princeton, estuda os fios complexos que ligam o uso da violência, poder e moral. Em um célebre livro dos anos 70, Guerra Justa e Injusta, ele explicou por que a intervenção no Vietnã era "injusta", enquanto a Segunda Guerra Mundial era "justa". No caso dos ataques aliados na Líbia, ele acha que existem todas as razões para defini-los como "um erro, político e moral, que irá se concluir com um provável banho de sangue".
A reportagem é de Roberto Festa, publicada no jornal La Repubblica, 24-03-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto, publicada no IHU Online.



Por que a intervenção na Líbia é um erro?

Por diversas razões. Sobretudo, não estão claros os objetivos do ataque. Quer-se caçar Kadafi? Ou se busca sustentar militarmente a revolta? Ou ainda, mais simplesmente, quer-se aplicar o cessar-fogo? O porte das bombas aliadas descarregadas sobre a Líbia deixa entender que o verdadeiro objetivo é eliminar o tirano. Mas sem uma intervenção de terra, improvável no momento, será muito difícil. E assim os aliados se encontram diante de dois caminhos, ambos perigosos. Ou arriscam reanimar uma revolta já derrotada in loco, o que levaria a uma longa e sanguinária guerra civil; ou conseguem impôr o cessar-fogo. Mas, neste caso, Kadafi continuará sendo o líder de uma grande parte da Líbia. São, justamente, resultados nada desejáveis.

Porém, nesse caso, havia a possibilidade de que Kadafi desencadeasse uma feroz repressão contra a oposição nas cidades reconquistadas.

Sim, exatamente, uma repressão, não um massacre ou um genocídio. Uma repressão da oposição líbia seria um fato dramático, trágico. Mas, infelizmente, não cabe à comunidade internacional intervir todas as vezes que uma revolta democrática não atinge os seus objetivos. Senão, se deveria intervir continuamente, em todo o lugar, e isso não é política nem moralmente oportuno. A primeira guerra do intervencionismo democrático é a de não buscar reanimar um movimento de oposição que não consegue sustentar seus objetivos, autonomamente, in loco.

Quando, então, é necessário e justo intervir militarmente? Quando a guerra é "humanitária"?

É fácil dar alguns exemplos. Era justo intervir diante dos "campos da morte" dos Khmer Vermelhos no Cambodja. Era justo intervir na Ruanda o no Darfur. Nada do que está acontecendo hoje na Líbia é proximamente comparável ao que ocorreu nesses países.

É o porte do massacre que justifica a "guerra humanitária"?

Digamos que sim. A "guerra humanitária" é a que salva centenas de milhares de pessoas da morte segura. A "guerra humanitária" – seria hipócrita negá-lo – também produz danos colaterais e coloca em risco as vidas dos inocentes. Mas uma guerra humanitária detém um massacre e, portanto, salva muito mais vidas do que as que coloca em risco.

Portanto, a "guerra humanitária" está desconectada de motivações políticas?

Não no caso de um movimento que coloque em risco a estabilidade do mundo, como no caso do fascismo na Segunda Guerra Mundial. Mas, no caso da Líbia, Kadafi não atacava ou ameaça ninguém, no exterior. Repito. Só um clamoroso desastre humanitário pode justificar uma intervenção. A "guerra humanitária" não se faz na presença de uma repressão, embora sanguinária. Nem se fez para favorecer uma mudança de regime ou para se desfazer de um tirano.

quinta-feira, 24 de março de 2011

SOBRE A DENGUE

No início do mês, publiquei uma postagem com informações sobre a dengue, passadas pela Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, onde se repete a velha lenga-lenga de combater o mosquito transmissor da dengue, o aedes aegypti. 
Na ocasião, mencionei que voltaria ao assunto. Pois bem. Depois de diversas cobranças, cá estou eu para tentar desmistificar um pouco a situação, mesmo não sendo médico, não sendo infectologista e não sendo especialista em saúde pública. Usando somente um pouco de bom senso e uma informação que, apesar de constar do próprio documento da Secretaria Estadual de Saúde mencionado, não é muito comentado  e simplesmente não consta de qualquer informação ou reportagem a respeito da doença que se faz por aí.
Na época da primeira postagem, ainda destaquei a informação, que reproduzo agora, para podermos tecer os devidos comentários.


MODO DE TRANSMISSÃO - A fêmea do mosquito pica a pessoa infectada, mantém o vírus em sua saliva e o retransmite em novas picadas. A transmissão ocorre pelo ciclo homem-Aedes aegypti-homem. Após a ingestão de sangue infectado pelo inseto fêmea, transcorre nesta fêmea um período de incubação. Após esse período, o mosquito torna-se apto a transmitir o vírus e assim permanece durante toda a vida. O mosquito transmitirá o vírus em todas as picadas que realizar a partir dali.

Pois bem. É de uma clareza tão meridiana, que até mesmo dispensaria comentários. contudo, vamos lá.
O mosquito não nasce com a doença e não a desenvolve sozinho. Ele somente é um transmissor quando pica alguém infectado, e só transmite quando pica outra pessoa sã.
Assim, o menos lógico no combate à doença é a caça aos mosquitos. Sem qualquer pessoa doente por perto, eles são insetos totalmente inofensivos.
O que tem que ser combatido, isso sim, é a doença nas pessoas infectadas, pois são estas que transmitem a doença, utilizando o mosquito apenas como veículo para esta transmissão.
Esta foi a forma como a europa combateu a peste negra e a gripe espanhola, em séculos passados. Isolando os doentes, para evitar-se novos contágios. Claro que não se sugere que se isolem os doentes de dengue.
Apenas que estes sejam tratados!
Ocorre que o sistema de saúde como um todo não detém condições de tratar todos os doentes que batem às suas portas, e portanto empurram a responsabilidade do combate à doença para a população. O aumento dos casos de doença ocorreriam por desleixo da população em combater o mosquito.
Claro que é salutar o hábito de o povo manter as suas propriedades em condições mínimas de higiene.
Mas não é isso o que vai acabar com a doença. Esta somente vai ser eliminada com o tratamento eficaz de todos os doentes.
Por conta da incapacidade de o sistema de saúde pública tratar todos os doentes, optou-se por um caminho perigoso, de desinformação específica calculada, apontando para caminhos diferentes do real, pois o caminho certo desnudaria a incapacidade governamental de controlar a doença. 
Ocorre que este comportamento de alto risco pode acabar por aumentar o perigo de a doença ficar totalmente descontrolada, pois muitas pessoas, sabendo que os hospitais não estão aparelhados para atender a todos os portadores de sintoma, sequer os procuram, permanecendo em casa e tornando-se vetores para a retransmissão da doença.
Devemos, portanto, mais do que nunca, cobrar de nossas autoridades o correto tratamento das pessoas com dengue, pois somente com esta medida a doença poderá ser controlada e não retornar a cada verão.

MORREU ELIZABETH TAYLOR

Lendária atriz estava com 79 anos e sofria de insuficiência cardíaca

Morreu nesta quarta, 23, a atriz Elizabeth Taylor, segundo informou a rede de TV norte-americana ABC e o site The Huffington Post. Ela estava hospitalizada no Cedars-Sinai Medical Center, de Los Angeles, desde o mês passado e morreu nesta manhã de insuficiência cardíaca, problema com o qual lidava desde 2004.
Considerada uma das maiores atrizes de todos os tempos, Taylor atuou em clássicos do cinema, como Assim Caminha a Humanidade (1956), Gata em Teto de Zinco Quente (1958), Cleópatra (1963), Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1966) – pelo qual ganhou um dos seus dois Oscar de melhor atriz, sendo que o outro foi por Disque Butterfield 8, entre muitos outros.
Ícone de Hollywood, a atriz também ficou mundialmente conhecida pelos romances escandalosos nos quais se envolvia e seus oito casamentos.
 

HOMEM SIMPLIFICA TUDO

terça-feira, 22 de março de 2011

I Seminário Distrital de Grupos de Companheirismo

No último sábado aconteceu o I Seminário Distrital de Grupos de Companheirismo na sede do Distrito que contou com companheiros interessados nas mais diversas atividades além do Gestor dos Programas de Rotary Internacional Ex Governador de Distrito Evaldo Artur Hasselman e o representante do Governador Alcir Sperandio o companheiro Governador Assistente Pedro Celso Leandro.
Na ocasião os companheiros receberam orientações sobre os Grupos de Companheirismo que já existem no Rotary Internacional , mas o foco foi o de como planejar os Novos Grupos de Companheirismo incluindo noções sobre Missão, Visão, sempre dentro dos Objetivos do Rotary.

Com dinâmica proposta pela Comissão organizadora do evento, os grupos se reuniram e definiram a missão do grupo, data da próxima reunião e atividades futuras.

CONVITE PARA O FIM DE SEMANA

O Rotary Club de Curitiba Rebouças, presidido por Carlos Vidal, faz uma irrecusável proposta sugerida pelo compº Antonio Mello, para atender as comunidades de Morretes que foram duramente atingidas por alagamentos e deslizamentos na semana passada e ao mesmo tempo fazer uma visita àquela cidade, cuja receita provem 60% do turismo, aproveitando para saborear o mais peculiar prato paranaense: o barreado e visitar as várias barracas e lojas da Região que oferecem produtos típicos.

A proposta é descer a Serra no sábado para levar o produto da arrecadação conseguida em prol daqueles flagelados, aduzindo que em contato com o presidente Eric Hunzikerdo Rotary Club de Morretes este informou que as necessidades mais prementes são: Leite - em pó ou longa vida, óleo de cozinha, material de limpeza - sabão em pó ou em barras, desinfetante, água sanitária, vassouras, rodos, panos de limpeza, etc., além de material de higiene pessoal - creme dental, sabonete, escova, etc.

Os demais clubes do Distrito ou visitantes de nosso site que estiverem dispostos a contribuir nesta campanha iniciada pelo Governador Sperandio e desfrutar de um final de semana diferente podem encaminhar os donativos diretamente na loja do compº.Mello na esquina da Av. Kennedy com Santa Catarina - fones 7814-2113 ou 3029-3334) ou na Rosagraf do Compº Paulo Rosa à Rua Brasílio Itiberê, 3591 - fone 3077-3221) ou ainda acompanhar no próximo sábado a comitiva que está sendo organizada pelo clube e levando pessoalmente a sua contribuição.

segunda-feira, 21 de março de 2011

PETS - TREINAMENTO ROTÁRIO

Semana passada, dias 12 e 13 de março, participei do Seminário de Treinamento de Presidente Eleito - PETS, conforme sigla em inglês, que vem a ser um treinamento obrigatório para todos os presidentes de clubes rotários. 
O evento, realizado na Câmara Municipal de Araucária - PR, foi marcado pela motivação de toda a equipe distrital do ano rotário de 2011/2012, que será liderada pelo Governador de Distrito Romualdo Inckot, e que já está preparado para assumir o distrito 4730, à partir de 02 de julho deste ano.
Todos os participantes do PETS
De minha parte, estou me preparando para assumir a presidência do Rotary Club Curitiba Rebouças, que vai iniciar seu décimo ano de atividades. Para mim, será um desafio e uma honra privar da confiança de tão valorosos companheiros que entenderam que eu estava preparado para assumir tal encargo.
Assim, mais do que nunca, passaremos a usar este espaço para a comunicação do clube e de suas atividades, além de outra informações de interesse do Distrito 4730 e do Rotary Club como um todo.

domingo, 20 de março de 2011

AEROPORTOS TERÃO REGIME DE CONCESSÃO


Medida provisória que cria a Secretaria da Aviação Civil será enviada ao Congresso ainda em março, afirmou a presidente em entrevista a jornal



Presidente Dilma Roussef

A presidente Dilma Rousseff afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que o governo adotará o regime de concessão para os aeroportos. O setor privado poderá assumir a administração de aeroportos existentes, compromentendo-se a realizar investimentos, ou até mesmo construir novos, em áreas a serem definidas pelo governo. “Agora nós estamos nos preparando para fazer uma forte intervenção nos aeroportos. Vamos fazer concessões, aceitar investimentos da iniciativa privada que sejam adequados aos planos de expansão necessários. Não temos preconceito contra nenhuma forma de expansão do investimento nessa área, como não tivemos nas rodovias”, disse.

GUERRA CLUB MED

Pepe Escobar: A guerra Club Med

19/3/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
Seria realmente estimulante imaginar que a Resolução nº 1.973 da ONU tivesse sido votada na quinta-feira só para oferecer suporte ao movimento anti-Gaddafi que está sitiado. Para socorrê-lo com zona aérea de exclusão, logística, comida, ajuda humanitária e armas. Seria a prova de que a “comunidade internacional” realmente “está ao lado do povo líbio em sua luta por direitos humanos universais”, nas palavras da embaixadora dos EUA à ONU, Susan Rice.
Infelizmente, ainda falta muito para que se chegue a essa situação de fazer a coisa (moral) certa. A história deve registrar que o ponto de virada foi, sim, a 3ª feira, 15/3. quando, em entrevista a uma televisão alemã, o africano rei dos reis disse, com todas as letras, às megaempresas ocidentais – excluiu as alemãs, porque a Alemanha estava contra a zona aérea de exclusão – que dessem adeus aos anos de bonança alimentados com petróleo líbio. Gaddafi disse, literalmente: “Não confiamos naquelas empresas. Conspiraram contra nós. Nosso petróleo agora irá para os russos, os chineses, os indianos.” Em outras palavras: para os BRICSs.
É interessante que a Resolução nº 1.973 tenha recebido 10 votos a favor, zero contra, com cinco abstenções. As abstenções vieram, exatamente, de quatro BRICSs (Brasil, Rússia, Índia e China), mais a Alemanha. O Brasil e a Alemanha haviam manifestado profunda descrença sobre a efetividade de qualquer ação militar, optando por solução diplomática; mas Rússia, Índia e China votaram, provavelmente, movidas por outras motivações (energéticas). Os quatro principais BRICSs (a África do Sul votou a favor da resolução, e só em abril será oficialmente integrada ao grupo) em geral votam coordenados, nas principais decisões.
É o petróleo, estúpido!
Os mais céticos têm todo o direito de invocar o infalível mantra: é o petróleo, estúpido!
A Líbia é a maior economia movida a exportações de petróleo da África, à frente da Nigéria e da Argélia. Tem pelo menos 46,5 bilhões de barris de reservas comprovadas (10 vezes mais que o Egito). Equivalem a 3,5% das reservas globais totais. A Líbia produz entre 1,4 e 1,7 milhões de barris de petróleo/dia, mas quer chegar a três milhões/dia. É óleo muito bem cotado, sobretudo pelo baixo preço de produção (cerca de $1,00 o barril).
Quando Gaddafi ameaçou as grandes ocidentais do petróleo, estava dizendo que o show acabou para a Total francesa, para a italiana ENI, para a British Petroleum (BP), para a espanhola Repsol, para a ExxonMobil, Chevron, Occidental Petroleum, Hess and Conoco Phillips –, mas não para a China National Petroleum Corp (CNPC). A China considera a Líbia fator essencial para sua segurança energética. A China compra 11% do petróleo exportado pela Líbia. A empresa chinesa CNPC repatriou silenciosamente nada menos que 30 mil chineses que trabalhavam na Líbia (a British Petroleum tinha na Líbia só 40 funcionários).
A gigante italiana de energia ENI produz mais de 240 mil barris de petróleo/dia – quase 25% do total de exportações da Líbia. E nada menos que 85% do petróleo líbio é vendido a países da União Europeia.
Uma lista de quem-é-quem dos que – teoricamente – se beneficiam na operação militar sancionada pela ONU/OTAN/Liga Árabe na Líbia tem de incluir a União Europeia e o “Big Oil” anglo-americano. Para não falar de Wall Street – pensem nos bilhões de dólares da grande finança líbia depositada em bancos ocidentais e agora confiscados; e, claro, também os fabricantes de armas da União Europeia e dos EUA.
Dependendo de que como seja aplicada e de o quanto Gaddafi resista, a Resolução nº 1.973 está intimamente ligada a grave interrupção do suprimento de petróleo para a União Europeia, especialmente para Itália, França e Alemanha. E isso tem todos os tipos de implicações geopolíticas, a começar pelo relacionamento entre EUA e União Europeia. Todos querem estar bem posicionados no ambiente energético pós-Gaddafi.
O item chave da Resolução nº 1.973 é o item 4 – tipo “Autoriza estados-membros da ONU a tomar todas as medidas necessárias, apesar do embargo anterior a armas, para proteger civis e áreas de população civil contra a ameaça de ataque na Jamahiriya Líbia Árabe, incluindo Benghazi, excluídas as forças estrangeiras de ocupação em qualquer parte do território líbio”.
Essencial destacar que “tomar todas as medidas necessárias” vai bem além de uma zona aérea de exclusão, e para a um passo de invasão por terra. No que interessa, autoriza ataques aéreos ou por mísseis-cruzadores contra os tanques de Gaddafi na estrada para Benghazi, por exemplo. Mas pode cobrir também bombardeio dos prédios do governo de Gaddafi em Trípoli – quartel-general, palácio de governo etc. Dado que Gaddafi já manifestou disposição de lutar até a morte, é justo pressupor que a Resolução nº 1973 estende-se até a derrubada do governo de Gaddafi.

Mas… e quanto ao Bahrain?
É hora, então, do Alerta nº 1 Anti-hipocrisia. Foi uma delícia assistir a Alain Juppe, de volta ao cargo de ministro das Relações Exteriores da França – e pregando sobre valores humanitários – em substituição ao ícone de Chanel, Michele Alliot-Marie, que passou um fim-de-semana na Tunísia, exatamente quando, nas ruas, o povo lutava para livrar-se do ditador Zine el-Abidine Ben Ali.
O governo Barack Obama – pelo menos em público – parecia dividido entre a secretária de Estado Hillary Clinton (a favor da zona aérea de exclusão) e Robert “El Supremo do Pentágono” Gates (contra). O presidente Obama segurou suas cartas até o último segundo (disse, no máximo, que Gaddafi tinha de sair). Agindo assim, entregou a responsabilidade pela decisão à ONU, cabendo a tarefa de montar a primeira versão escrita da Resolução ao dueto franco-britânico e um país árabe (foi o Líbano).
O que, para alguns críticos, seria sinal de hesitação e, até, de covardia do presidente, que não quis comprometer-se, e “fracasso de Obama, que não atuou decisivamente a favor da liberdade”, bem pode ser visto também como manobra esperta, nas coxias, deixando a impressão de que a ONU legitimou mais uma – o termo imundo é inevitável – “coalizão de vontades” internacional, não alguma intervenção ocidental. Alguém aí preferiria “não-imperialismo humanitário”?
Agora, tudo depende de como a OTAN operará a partir de bases militares francesas ao longo do Mediterrâneo e a Força Aérea italiana e as bases navais na Sicília, ao custo de 300 milhões de dólares por semana. Gates, o do Pentágono, já realocou os ativos navais dos EUA para perto da costa da Líbia. E garantiu a Obama que o Pentágono tem condições – e por que não teria? – para abrir um terceiro front de guerra.
Com o quê, chegamos à hora do Alerta nº 2 Anti-hipocrisia. A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Qatar e a Jordânia podem, todos, colaborar com as forças anti-Gaddafi de EUA/OTAN. Três desses são membros do Conselho de Cooperação do Golfo. Como membros da Liga Árabe, todos votaram, semana passada, a favor de uma zona aérea de exclusão. Que cósmica ironia ver essas quatro ditaduras apoiando operação militar a favor dos mesmos manifestantes que clamam por justiça, dignidade e democracia, bem ali, em seus próprios jardins!
O governo provisório, militar, do Egito, mais sensível, já disse que não participará de nenhuma operação militar. Em vez disso, os militares egípcios estão embarcando rifles de assalto e munição, enviados pela fronteira oriental da Líbia – com aprovação de Washington.
Assim sendo, a pergunta é inevitável. A ONU votará com o mesmo empenho e presteza para impor uma zona marítima de exclusão na Arábia Saudita – para impedir que enviem tanques e soldados, por mar, para reprimir o povo no Bahrain, país que a Arábia Saudita já invadiu?
Hora do Alerta nº 3 Anti-hipocrisia. Washington, segundo a novíssima doutrina do governo Obama, aplica “o braço dos EUA” para ajudar rebeldes que enfrentem ditadores “do mal” como Gaddafi. Os rebeldes, às vezes, ganham total apoio da ONU. Então, Washington prega “alteração de regime”, quando lida com “nossos” filhos-da-puta, como os al-Khalifas do Bahrain e a Casa de Saud. Os ditadores salvam a pele e não são acusados de assassinato.
A bola (de fogo) no Med está no campo de Gaddafi. Seu ministro da Defesa já avisou que todo o tráfego aéreo e naval no Mediterrâneo está por um fio – e que vale tudo, inclusive alvos civis e militares. Gaddafi, pessoalmente, disse ao canal RTP, de Portugal, que “se o mundo enlouqueceu contra nós, também enlouqueceremos. Responderemos. Converteremos a vida deles num inferno, porque estão convertendo nossa vida num inferno. Jamais terão paz.”
Portanto, cuidado. A grande revolta árabe de 2011 está à beira da loucura. Essa guerra clube-Med pode ser um vendaval – ou virar desgraça sangrenta, furiosa, dos infernos.