sexta-feira, 9 de julho de 2010

ELEIÇÕES

Com o início da campanha eleitoral, não há como se escapar do tema, de todo palpitante, necessário e bastane relevante. Causa espécie a declaração de cada candidato ou coligação do montante que pretende gastar na campanha eleitoral. É, realmente, uma fábula. Difícil de imaginar-se tanto desprendimento dos candidatos em gastar um valor astronomicamente maior do que ganharia como salário, caso seja eleito.
A discussão tem que começar por demonstrar quem, efetivamente, paga a conta das campanhas eleitorais. Certamente não é o candidato, seja eleito ou não. Normalmente uma campanha eleitoral é financiada com doações de empresas. Mas, certamente, quem paga a conta ao final é o contribuínte, pois estas empresas financiadoras não o fazem por diletantismo. E sim porque sabem que se locupletarão posteriormente, talvez até de forma legal, com contratos com a administração púbica. Mas certamente de forma imoral.
Também é sabido que o gasto previsto normalmente não passa nem perto do gasto realmente efetuado, assim como do gasto comprovado, posteriormente, perante a Justiça Eleitoral. Dá-lhe caixa dois, tanto dos financiadores quanto dos financiados.
Assim, entendo que a situação somente poderia evoluir com a adoção do financiamento público das campanhas eleitorais, em todos os níveis, com a consequente proibição de qualquer doação de pessoas jurídicas.
Desta forma, teríamos campanhas infinitamente mais baratas, e com o dinheiro do contribuínte, sim, mas diretamente, e não indiretamente como ocorre atualmente.
Outro avanço considerável neste terreno seria a adocção da eleição por listas partidárias, que, além de baratear demais as campanhas proporcionais, pois ninguém se veria estimulado a gastar uma fortuna, se o eleito fosse aquele que encabeça a lista. Assim, teríamos, também, o fortalecimento dos partidos políticos, que voltariam a discutir temas ideologisados, com a definição das diferenças porventura existente entre eles, e não apenas e tão somente nome das pessoas, o que implica na desnecessária e inssossa fulanização da política, em lugar do debate ideológico e das grandes questões nacionais, debates tão necessários quanto negligenciados.

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