terça-feira, 18 de janeiro de 2011

REENVIO DE MENSAGENS

Acho perigoso o costume que algumas pessoas têm de reenviar todas as mensagens que recebem por e-mail, sem ao menos checar a veracidade ou pertinência das informações constantes da mesma, fazendo perpetuar uma corrente de maledicências ou mal entendidos, ou, no mais das vezes, boatos caluniadores ou mesmo perigosos. Ainda que na maioria das vezes é uma mensagem apócrifa, de forma a não se permitir conhecer a origem da mesma.
Replico, neste espaço, uma resposta a uma destas mensagens, que propaga um suposto projeto de lei de dois senadores da república que supostamente  deveria conceder aos professores da rede pública o mesmo índice de aumento salarial que o dado aos senadores.


"Prezados senhores que subscrevem e divulgam este documento

Talvez seja boa a intenção desta iniciativa, e quero crer que realmente seja. Mas pode ser, também, uma mera demagogia. 
O reajuste salarial dos senadores, conquanto completamente obscenos, são distribuídos a um universo restrito de 81 pessoas, com consequências limitadas.
Ao passo que, para se conceder o mesmo reajuste salarial a uma categoria tão necessitada e merecedora quanto ampla, há que perscrutar-se quem, efetivamente pagará este salário, eis que a conta dividir-se-á entre os poderes públicos das três esferas, tanto federal quanto estadual e municipal. Qual a capacidade de pagamento dos municípios e estados mais pobres? e quais as consequências previdenciárias de um tal reajuste? e como concatenar tudo isso à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal?
Será que o Senado da República tem competência para legislar sobre o salário dos professores municipais? Acredito que não, e, desta forma, estaremos discutindo meramente uma bravata eleitoreira, uma demagogia de senadores, que certamente conhecem a lei. Ou, o mais perigoso, um mero boato, pois muitas vezes, estas notícias sequer saem dos gabinetes das autoridades, mas de alguém que resolve "falar por elas" e alimenta a indústria de boatos que cada vez se desenvolve mais no solo fértil da internet, onde muita gente retransmite mensagens sem sequer checar a veracidade da informação.
Não discuto a causa, nem seus méritos, os quais entendo plenamente merecedores de atenção e respeito. Mas a luta deve ser travada em outras trincheiras, dentro de bases reais que levem realmente a um resultado concreto, que não apenas ao aumento injustificado da expectativa de uma categoria tão maltratada e acostumada a anúncios e pedidos mirabolantes que se faz em seu nome.

Atenciosamente

Orandi Almeida"

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