quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A HISTÓRIA DOS ESCUDOS DO CORINTHIANS

Quem vê o nosso manto sagrado nunca imaginou que o Timão, nos seus primeiros anos de vida, nem escudo tinha. Como time do povo que sempre foi o alvinegro era da várzea e, de setembro de 1910 até 1914, os jogadores não andavam engomados e bem vestidos como os outros. A camisa corinthiana – que era bege com punhos pretos - não tinha escudo, até porque, nesse tempo o futebol era um esporte de elite no Brasil. Mas como sempre, o Corinthians acabou fugindo dos parâmetros e abraçou as classes mais humildes.

O primeiro distintivo não surgiu em uma partida de futebol. Foi durante uma corrida de 10 km, na época denominada de Taça Unione Viaggiatori Italiani, no Parque Antártica, que o primeiro resquício do que seria o escudo corinthiano, apareceu. Hoje, esta competição é conhecida como São Silvestre, uma das mais famosas do país. Quem competiu pelo nosso glorioso Timão foi João Collina (um operário espanhol). Ele trouxe em sua camisa as siglas CP entrelaçadas no canto esquerdo do peito. Foi à primeira competição oficial do Coringão em 1912 e a primeira vez que o CP foi registrado na história.

Foi para entrar na Liga Paulista de Foot-ball que, as presas, o time de futebol do povo teve que criar um distintivo. As letras C e P sobrepostas foram bordadas nas camisas desbotadas dos jogadores, às vésperas da partida. Este mesmo símbolo, só que mais trabalhado, foi revivido na camisa oficial do centenário, no ano passado. Existem registros fotográficos revelando que, em junho de 1914, o Corinthians jogou contra o Germania e ganhou de 3x1. O símbolo utilizado não era o tradicional CP, e sim o P com um C pendurado, como se fosse uma ferradura.

Ainda em 1914 o litógrafo Hermógenes Barbuy, irmão do jogador Amílcar Barbuy, criou o terceiro distintivo para o Corinthians, com a letra S incluída. Em 1916 nosso escudo mudou mais uma vez. Contornado por um circulo, o SCP agora ficou entrelaçado, com uma fonte mais fina. Este símbolo teve diversas mudanças, até que o distintivo de Hermógenes voltou com o fundo preto.

Já o símbolo de 1919 mudou totalmente. Um círculo preto era preenchido pelo nome completo do clube com a data de fundação escritas na cor branca. No centro, a bandeira paulista ficou estampada como se estivesse em movimento. Só em 1940 que o nosso escudo começou a tomar as formas próximas das atuais.

Surge então, a âncora e os dois remos vermelhos, fazendo referência aos 
esportes náuticos praticados pelo clube. Esta versão foi criada pelo pintor modernista Francisco Rebolo Gonsales, ex-jogador do Corinthians no ano de 1922. Com o passar do tempo a versão de Francisco sofreu alterações, mas o esboço continuou o mesmo.A bandeira de São Paulo, neste símbolo, não possui as 13 listras oficiais, mas com as mudanças seguintes, elas apareceram.

Finalmente chegamos à década de 90. Neste período foi adicionada a estrela pela conquista do primeiro Campeonato Brasileiro. A âncora sofreu mudanças estéticas, assim como o círculo central. No entanto, em 1998 e 1999 as outras estrelas do Brasileirão também foram inclusas, assim como no ano de 2000, quando ganhamos o Mundial de Clubes da FIFA. Esta é diferente: possui um contorno prateado para diferenciar-se das demais. A última a brilhar em nossa camisa foi a do campeonato nacional de 2005. O Corinthians foi tetra campeão Brasileiro e estampou mais uma conquista no manto sagrado.

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