sexta-feira, 11 de novembro de 2011

REAL PODE ENTRAR NA CESTAS DE MOEDAS DO FMI


O real pode vir a fazer parte da cesta de moedas (Direitos Especiais de Saque, SDR, na sigla em inglês) do FMI. Segundo fonte anônima do fundo, citada pelo site da Agência Estado, os critérios para a inclusão serão divulgados ainda este mês. A China pressiona pela participação de emergentes no grupo hoje formado apenas por moedas dos Estados Unidos, Japão, Zona do Euro e Reino Unido. 

Embora reconheça que a "candidatura" do real está turbinada por sobrevalorização nociva à indústria e às contas externas do Brasil, o economista Cézar Medeiros, da Fundação João Pinheiro, observa que o país poderá também tirar vantagens caso a situação se concretize. 

"No caso de fazer parte da cesta de moedas do FMI, o real passará a ser moeda de reserva e o Brasil pode aplicar suas reservas internacionais em reais. Assim, poderia optar por outras aplicações que não os títulos do Tesouro norte-americano, que pagam juros muito baixos", afirma. O economista acrescenta que, sendo o real moeda reserva, o Brasil não precisará mais comprar dólares para pagar suas importações.

"Assim, o impacto monetário será muito menor", diz, ressalvando que será necessário verificar antes o peso a ser atribuído a cada moeda na cesta do FMI, acrescentando que, "facilita nas importações, que poderão não ser em dólares, mas é preciso avaliar com mais calma". Medeiros destacou ainda que, hoje, a cada entrada de dólares no país o governo emite títulos da dívida pública, evitando, assim, a emissão de moeda que, na teoria ortodoxa causa inflação.

"Sendo detentor de moeda de reserva, o Brasil poderia evitar a entrada de parte dos dólares." A cesta do FMI é revisada a cada cinco anos. Na última, o dólar teve seu peso reduzido de 44% para 41,9%; a fatia do euro subiu de 34% para 37,4%; a da libra esterlina, de 11% para 11,3%; e a do iene caiu de 11% para 9,4%.

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