É interessante observar as manifestações populares que estão acontecendo agora no Egito, pois somente agora a imprensa mundial descobriu que o egito também é uma ditadura, muito embora disfarçada de democracia, com eleições periódicas, mas sem alternância no poder.
Mas, ao contrário de outras já denunciadas, trata-se de uma ditadura admitida e mantida pelos Estados Unidos da América, pois trata-se de um país leal aos interesses de Washington, tanto no que diz respeito ao frágil equilíbrio político e militar do Oriente Médio, como também no fornecimento de petróleo.
Detentor do maior exército do mundo árabe, os americanos temem que este poderio venha a ser comandado por algum egípcio extremista, e por extremista eles entendem todo aquele que tiver uma concepção de mundo diferente da deles.
Assim, através dos anos, vão se mantendo governantes no poder, sem a menor preocupação com a democracia que tanto cobram em outros lugares do mundo, parecendo, mesmo, que só é ditadura se o governo for de esquerda.
Na verdade, é classificado de ditador todo governante, eleito ou não, que discorde do pensamento dominante do governo norte-americano.
Mas, até que enfim, os ventos da modernidade devem chegar ao Egito, com a alternância de poder, pois o atual presidente, após devidamente acuado pela opinião pública, que insiste em fazer ouvir a sua voz, após décadas de letargia política, já manifestou que não irá disputar mais uma reeleição, no pleito de setembro próximo.
Resta saber quando esta modernidade irá alcançar o governante mais antigo no cargo, em todo o planeta, com a realização de eleições livres também na Arábia Saudita.
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