A iconografia cristã do Deus Criador – na concepção de Michelangelo – tem sido substituída pela explosão primordial, ou Big Bang. Agora, as imagens da essência da Cosmos podem estar mudando, seja qual for a crença dos mortais. Publicamos aqui imagens do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear – CERN - feitas dentro do Acelerador de Partículas LHC, no laboratório subterrâneo de Genebra, na fronteira da Suíça, França e Itália. Ali, esta semana, os cientistas anunciaram ter encontrado sinais da partícula – conhecida como bóson de Higgs, ou partícula de Deus - que daria massa a toda matéria existente no universo.
Nas fotos inéditas, registro do LHS, divulgadas hoje pelo laboratório nuclear europeu, o amarelo mostra o que pode ser a assinatura da partícula de Deus. Enquanto se dá a colisão de dois próntons (linha verdes) e quatro elétrons de alta energia (linhas vermelhas), surgem as linhas amarelas – que seriam outro tipo de partículas, no caso, os bósons ou as chamadas partículas de Deus.
Peça teórica central da Física, a chamada partícula de Deus – porque está em toda parte e ninguém vê - é, para os cientistas, fundamental para compreensão do universo. Ela descreve como partículas e forças interagem. E como a energia gerada por colisão de prótons e elétrons,se torna responsável por dar massa a todas as outras partículas. Exatamente o que teria acontecido na sequência do Big Bang.
O bóson de Higgs recebeu este nome em homenagem ao físico britânico Peter Higgs, que propôs sua existência em artigo publicado em 1964 na revista Physical Review Letters. Higgs teve a ideia enquanto caminhava pelas montanhas da Escócia. Ao retornar a seu laboratório, declarou-se capaz de responder o enigma: porque a matéria tem massa?
Segundo o Modelo Padrão da física nuclear, as partículas conhecidas como bósons atuam como mensageiras entre as partículas de matéria. Esta interação dá origem a três forças fundamentais: a força forte, a força fraca,a força eletromagnética, sem falar na força da gravidade.
O Modelo Padrão é a teoria que explica as interações entre as partículas, componentes fundamentais de tudo o que existe.
É possivelmente a segunda grande descoberta do laboratório CERN este ano. A 26 de setembro passado (2011), foi anunciada a medição de neutrinos – partículas de escassa massa – que se desprendem a uma velocidade mais rápida do que a da luz. As duas informações causaram furor na comunidade científica, onde não falta quem duvide, exigindo maiores provas das descobertas.
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