domingo, 16 de setembro de 2012

REVISTA VEJA MENTE! OUTRA VEZ

O publicitário Marcos Valério desmentiu hoje, por meio de seu advogado, reportagem de capa da revista Veja, segundo a qual ele estaria disposto a revelar supostas histórias que comprometeriam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do chamado “mensalão”.

A matéria é recheada de declarações entre aspas, mas seus pretensos autores são identificados genericamente como amigos e familiares. As declarações são colocadas na boca do próprio Valério, como se ele tivesse concedido entrevista.

"O Marcos Valério não dá entrevistas desde 2005 e confirmou para mim hoje que não deu entrevista para a Veja e também não confirma o conteúdo da matéria", disse o advogado Marcelo Leonardo, que defende Valério no julgamento em curso no STF.

"Não sei de onde tiraram isso. Tem que perguntar para o jornalista que escreveu a matéria", afirmou o advogado. Ele disse não considerar necessário acionar Veja judicialmente. "O próprio perfil da revista torna desnecessário tomar qualquer atitude. O STF, por seus ministros, tem dito que eles julgam de acordo com a prova existente nos autos e não decidem com base em matérias que saem na imprensa. Entendo que essa matéria, que não tem conteúdo relativo a entrevista porque ele não deu nenhuma entrevista, não vai repercutir em nada no julgamento", argumentou.

Dilma

A informação de que Veja circularia com essa "reportagem" em sua edição deste fim de semana teria sido o motivo pelo qual a presidenta Dilma Rousseff cancelou o almoço que teria ontem (14) com o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita, bem como sua participação no evento Maiores e Melhores, da revista Exame, pertencente ao grupo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a compor uma mesa de debates durante o evento, ao lado do prêmio Nobel de Economia Paul Krugman e do próprio Civita, mas levantou da mesa sem aviso prévio e também se retirou do encontro.

A atitude honrada do ministro revela que o governo Dilma está ficando cansado de agradar os meios de comunicação que fazem parte do Grupo dos 10 maiores da imprensa. Esse grupo vem sendo vergonhosamente beneficiado pela ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação: do total de R$ 161 milhões pagos aos meios de comunicação, durante o período Dilma, R$ 112 milhões foram destinados para apenas dez empresas, o chamado Grupo dos 10. Isto é: dos apenas três mil veículos cadastrados para participar dessa verba, somente 10 empresas de mídia ficam com esse enorme NHAC, essa fatia fabulosa, essa saborosa bocada. Os demais 2.990 dividiram os restantes R$ 48,3.

Imprensa chantagista

A imprensa-empresa brasileira odeia o ministro José Dirceu e o persegue furiosamente – assim como ao ex-presidente Lula – porque Dirceu foi aquele que redistribuiu a verba publicitária durante o Governo Lula, passando os veículos cadastrados de 499 para mais de oito mil, eliminando essa concentração detrimental à imprensa brasileira como um todo. Foi o ex-ministro Chefe da Casa Civil José Dirceu, então chefe do ministro Luís Gushiken. Antes disso, para cada R$ 1 de verba publicitária do governo, apenas um grande grupo ficava com R$ 0,80. Eram 80% só para aquele grande grupo, que no período Lula limitou-se a receber 16%.

O governo Dilma está sendo chantageado pelas maiores empresas de comunicação do país, assim como foi o governo Lula, mas a ministra Helena Chagas parece não enxergar o óbvio e favorece os chantageadores de plantão.

* compilado do blog marcha verde

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