CHULÉ CONTRA A MALÁRIA

A cidade de Liverpool, a noroeste da Inglaterra
(Reino Unido), abrigará durante um mês um
enorme mosquito transmissor da malária a céu aberto

Cientistas do Instituto de Saúde Ifakara, na Tanzânia, descobriram que odor de meia velha pode ajudar na luta contra malária por atrair os mosquitos, que depois são envenenados, segundo informações da “The Associated Press”.

O pesquisador holandês Bart Knols descobriu a atração dos mosquitos pelo odor do pé após ficar nu em um quarto escuro observando onde era picado. A comunidade científica, no entanto, relutou por 15 anos para divulgar a descoberta.

Redes de cama e sprays são técnicas que já reduziram os casos fatais de malária em ambientes fechados, mas até agora os cientistas não haviam descoberto um meio de prevenir a doença ao ar livre.

Embora o índice de infecção pela doença esteja caindo em todo o mundo, ainda são contabilizados 220 milhões de novos casos por ano. Segundo a ONU, cerca de 800 mil dos infectados morrem, e a maioria deles são crianças africanas.

“A meta de erradicar a malária não será atingida sem a descoberta de novas tecnologias”, afirmou Fredros Okumu, coordenador da pesquisa do Instituto de Saúde Ifakara.

Okumu, que já contraiu malária várias vezes, trabalha no projeto há dois anos. Ele misturou oito elementos químicos para encontrar o odor perfeito e fez experimentos com venenos para descobrir aquele que pode matar até 95% dos mosquitos.

O pesquisador, que recebeu US$ 100 mil há dois anos para começar seu trabalho, foi agora recompensado com US$ 775 mil provenientes da Fundação Bill e Melinda Gates e do Grand Challenges Canada, a fim de criar uma armadilha com preço acessível aos consumidores.

As armadilhas atuais são protótipos caros, mas Okumu espera conseguir chegar a uma fórmula a ser vendida por entre US$ 4 e US$ 27.

“É uma inovação africana desenvolvida na África para um problema da África”, disse o cientista Peter A. Singer, diretor do Grand Challenges Canada. “É audacioso, inovador e tem potencial para causar um grande impacto. Quem poderia pensar que uma tecnologia deste tipo estava escondida no cesto de roupa suja?”