sexta-feira, 1 de julho de 2011

DÓLAR TEM A MENOR COTAÇÃO EM 12 ANOS

Tenho cá para mim que o valor ideal do dólar, para a nossa balança de pagamentos exportações e outras operações, deveria ficar no patamar de R$ 2,50. Está descendo devagar, mas pode ser que não pare por aí, se continuar a crise na Europa e Estados Unidos da América.

Hoje, dia 1º de julho, a cotação do dólar comercial fechou em baixa de 0,26%, a R$ 1,558 na venda. Com isso, a moeda norte-americana tem o menor valor desde janeiro de 1999, seguindo o maior apetite por risco no exterior e a expectativa de um aumento mais prolongado dos juros, no primeiro dia do novo cálculo da Ptax (taxa de referência do câmbio).

É a quinta queda seguida do dólar. No ano, a desvalorização já chega a 6,48%. 

Apesar da definição da Ptax na metade do dia, o mercado continuou funcionando normalmente durante a tarde, embora com volume reduzido.

A Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para contratos futuros e outros derivativos, agora é uma média aritmética feita a partir de consultas com os principais bancos do mercado. Até quinta-feira, era uma média ponderada por volume de todas as operações de câmbio à vista.

Profissionais de mercado previam uma redução do volume, principalmente por causa de uma diminuição da liquidez no mercado de "casado", em que as operações são combinadas com negócios no mercado futuro.

Operadores ressaltaram, no entanto, que o feriado de segunda-feira nos Estados Unidos também contribuiu para enfraquecer os negócios durante a tarde.

De acordo com o operador de uma das principais corretoras que operam "casado", o volume nesse segmento foi de cerca de US$ 1,3 bilhão, abaixo da média anterior de US$ 2 bilhões.

Mas, na opinião de Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper, o novo método para calcular a Ptax não foi o responsável pela quinta queda seguida do dólar.

"A gente teve Bolsa subindo... um aumento substancial na curva mais longa dos juros futuros, e de forma geral um ambiente positivo lá fora", disse à Reuters.

O aumento dos juros futuros acontece após o Relatório de Inflação do Banco Central, que na quarta-feira levou analistas a revisarem para cima projeções para a alta da Selic em 2011.

Já a alta das Bolsas, ainda em consequência do alívio com a situação na Grécia, foi impulsionada pela surpresa positiva com os dados do setor manufatureiro dos Estados Unidos.

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