Questionado por um grande amigo a respeito de minha opinião sobre a situação da Líbia, dei-lhe como resposta o seguinte:
Muito do que se diz a respeito do Muammar Kadafi e da Líbia não se pode sustentar sem a força das armas. Dizer que ele é um ditador por estar tanto tempo à frente de seu povo, não corresponde à verdade, senão à verdade ocidental, que somente enxerga o mundo e o conceito de democracia sob a sua própria ótica e interesse, e esta ótica é a do lucro.
Os povos do oriente têm uma noção diferente de democracia, que não contempla exatamente eleições periódicas como a nossa tradição. Só que eles vivem desta forma há milhares de anos e vivem bem assim.
Não é possível impor a estes povos a forma como eles devem viver, assim como não é possível a qualquer pessoa daqui chegar na casa de outra pessoa e tentar determinar a forma como ela deve organizar a sua vida, por mais boa vontade que haja neste gesto.
Podemos até discordar de pontos de vista dos povos árabes, mas devemos respeitar a sua organização e sua cultura, e não fazer o que fazem os países ocidentais, que pretendem destruir um país para depois tomar conta de sua riqueza.
Basta vermos o claro e recente exemplos do Iraque, que foi destruído sob o pretexto de que esconderia armas de destruição em massa que jamais foram encontradas. Depois que os EUA tomaram conta do Iraque, não se voltou a falar de tais armas, e sim da propalada "falta de democracia" no país.
O mesmo esta se fazendo com o Irã, outro país que incomoda o ocidente. E agora com a Líbia, cujo grande pecado é não se curvar aos desmandos americanos no mundo.
Devemos tomar muito cuidado, pois estamos assistindo calados a todo este estado de coisa e injustiças que estão sendo cometidos pela força das armas. Até porque o Brasil também é um país muito rico e que não dispõe de um exercito forte capaz de combater uma coalizão internacional como a que se abate sobre a Líbia.
Se tal tipo de ação for encarada como normal, no dia em que se voltar contra o nosso país e as nossa riquezas, será tarde demais, pois os outros países também não virão em nosso socorro. Porque isso será normal.
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