Por José Dirceu
Uma boa briga se avizinha na Europa. As operadoras locais querem cobrar dos grandes grupos de Internet, como Google, YouTube, Facebook, Yahoo e Skype pelo custo do tráfego por elas gerado em suas redes. A idéia é que essas empresas as ajudem a financiar a infra-estrutura, já que lucram com elas.
A Associação Europeia de Operadoras de Telecomunicações (Etno) quer dividir a conta com as empresas de Internet, pois são responsáveis por 70% dos investimentos no setor. Na contra mão, os modelos de negócios de empresas, como a Skype, comprada ontem pela Microsoft, e que usa a infra-estrutura da Internet para baratear chamadas de voz, reduzem o faturamento das operadoras.
Não é a primeira vez que as operadoras europeias sinalizam nessa direção. Mas o pleito enfrenta severa resistência não só das empresas de Internet, que não querem pagar, como também dos movimentos de defesa da liberdade na rede. Isto porque a cobrança pelo uso da rede das empresas de Internet não só criaria um precedente - que depois poderá ser estendida a outros usuários da Internet -, como pode colocar por terra um dos princípios basilares da liberdade de navegação na Internet: a neutralidade na rede.
Com a cobrança, a tendência das operadoras, dizem os defensores da liberdade na rede, é privilegiar o tráfego desses clientes em detrimento do tráfego dos demais internautas, criando duas classes de Internet. Isso não se pode permitir, pois significará o fim do mais democrático ambiente de comunicação de massa que o homem conseguiu criar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário