segunda-feira, 15 de agosto de 2011

LARGA O OSSO, DEROSSO

A Câmara Municipal de Curitiba financiou ao longo da última década, com verba dos cofres do legislativo, a publicação em jornais da cidade de anúncios publicitários que contêm indícios claros de promoção pessoal de diversos vereadores.

Além da promoção pessoal, a Câmara de Curitiba –presidida por João Cláudio Derosso (PSDB) desde 1997– fez através desses anúncios propaganda ilegal em anos eleitorais, nas três últimas eleições municipais, em 2000, 2004 e 2008. As publicações não foram interrompidas nem mesmo durante o período das campanhas, entre os meses de julho e outubro.

A constatação é do deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), cuja assessoria pesquisou, nas últimas duas semanas, jornais antigos da capital paranaense, disponíveis no arquivo da Biblioteca Pública do Paraná.

“Essa nossa pesquisa comprova que os milhões gastos por Derosso em propaganda serviram apenas para fazer promoção pessoal de alguns vereadores, inclusive em época de eleição, o que é duplamente ilegal”, diz Dr. Rosinha. “Esses boxes via de regra contêm textos elogiosos, laudatórios a um grupo de vereadores, não trazem temas relevantes para o conjunto da cidade, nem sequer retratam eventuais embates entre oposição e situação.”

A vereadora Professora Josete (PT) faz coro. “Fosse para fazer campanha pessoal, talvez esses vereadores pudessem ter tirado dinheiro do próprio bolso. Não sei como fariam isso, porque eu, como vereadora, não tenho como fazer”, afirmou a petista.

Dr. Rosinha encaminhou na tarde desta quarta-feira (10) um novo pedido de providências à Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, com cópias de mais de 50 anúncios.

“Insisto: os promotores devem ir a fundo, investigar cada peça publicitária, desde o início da gestão Derosso”, reafirma Dr. Rosinha. “O que encontramos é apenas uma amostra de que não houve utilidade pública nem publicidade institucional da Câmara de Curitiba. É preciso uma força-tarefa para fazer uma ampla auditoria em cada um desses gastos ilegais.”

Para Professora Josete, talvez existam mais vereadores a serem investigados. “Você não pode usar recursos públicos para fazer propaganda personalista. Esses outros vereadores sabiam que os cofres públicos estavam financiando sua própria propaganda pessoal? É necessária uma punição drástica. Não só a cassação do presidente, mas a apuração de todos os envolvidos”, defende ela.

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